realmente é algo que faz muito sentido pra mim, sempre digo que o ponto zéro é o ápice das coisas, o ponto de equilíbrio, do salto, da movimentação, da passada e até mesmo a mente, o ponto zéro é como se fosse o centro de tudo, num salto por exemplo é a hora de resolver o que fazer (até mesmo giros), no equilíbrio é onde o tempo para ali pra você, na mente é onde você parou pro tempo, é o sentido das coisas, o ponto zéro realmente é o centro, é minha busca.
essa semana foi bem importante pra mim, eu sempre treinei sozinho mas não nessa intensidade, comecei a me mover mais, sempre dando valor a todo tipo de obstáculo, tudo que é pequeno eu imagino grande, não digo que nescessito ficar sempre ali no baixo, digo que o simples não deve ser esquecido, muitas pessoas quando chegam num nível relativamente alto começam a ignorar as simples, não vou dizer que é certo ou errado, mas no meu ver isso é idiota, bobo. Quantas e quantas vezes vi pessoas que fazem precisões de 11 pés ou mais não conseguirem controlar uma de 6, 8 pés.
outra coisa que também sempre dou ênfase é a questão de coisas que não são parkour, girar, jogar um "fut", andar de skate, patins, dançar, correr e outros, muitos (tracers) falam tão mal sem nenhum argumento e sendo que essas coisas só vão trazer mais benefício ao próprio parkour, quantas e quantas vezes já joguei um giro pra escapar de uma queda, como o skate me deu uma impulsão cavalar em relação ao meu porte (90% do meu impulso é graças ao skate)... qualquer que seja a coisa que você esteja movimentando o corpo de forma diferente é um benefício ao parkour, até mesmo levantar pulando da cadeira ou andar de postura certa, são coisas bobas do dia-a-dia que acabam sendo esquecidas pela bobeira e a falta de atencão.
hoje [15 de março] foi um dia belo pra mim, equilibrei todo o alambrado de um parkinho gigantesco, a vontade de chegar sempre mais pra frente era muito forte, é como um bom livro que você fica ali na reta e dorme com ele nos braços, ou jogando vídeo game e só parar quando zerar o jogo, a cada dobra que avançava eu só queria ir mais longe, mas tinha uma regra, tal que se eu caísse teria que voltar da última dobra que tinha passado, quando cheguei lá pros 50% da volta eu caí, aliás, não caí, desequilibrei e segurei de saut de bras, fiquei intrigado de voltar ou não, logo dei-me um tapa na cara e disse -burro que se desconcentrou. vendo a situação voltei pra ultima dobra que em relação a tudo não estava tão longe.
chegando no último corrimão sempre vem aquela auforia retardada de chegar logo ao fim, comecei a desfocar a mente pras coisas que vinham na frente e não pra onde eu estava, logo caí pro saut de bras denovo, com a indignação quase chorei voltava me reclamando por outros motivos que nem eram mais aqueles. novamente na última esquina subi e só fiquei observando o que já tinha feito, eu evoluí, e podia mais, respirei fundo e terminei. quando dei o ultimo passo eu pulei do alambrado e comecei a correr feito louco, a senssação gratificante de ter feito algo por mim foi muito grande, mas essa senssação é momentânea e o corpo quer mais, a vida é feita de agonia e a felicidade é um pulso que te faz continuar a crescer. agora tenho novas metas com o obstáculo, essa já passou, e já que já cheguei até aqui, eu vou mais, eu vou em busca do ponto zéro, o ponto imaginário inexistente.
O caminho da pena e da espada.
Há 9 anos